terça-feira, 10 de abril de 2012





A primeira referência aos hebreus ocorre por volta de 1200 a.C., no reinado do faraó Merneptah. Nessa época, algum povo conhecido como “israelitas” já habitava a região da palestina no Oriente Próximo. As tradições hebraicas mais antigas sobre suas origens, como o gênesis da Bíblia, falam de certos patriarcas (Abraão, Isaac, Jacó) que teriam iniciado a linhagem dos hebreus. As origens dos povos hebreus, de acordo com a história de gênesis, são situadas na mesopotâmia (a cidade de Ur). A figura de Abraão provavelmente indica a forma de organização sócio-econômica desses primeiros povos: pastores seminômades organizados em pequenos grupos. Abraão é também, de acordo com especialistas, um epônimo para uma tribo pastora atestada na Palestina central no século XIII. Segundo alguns especialistas, uma análise comparativa e o estudo dos anacronismo na narrativa de gênesis sugere que a história da migração de Abraão para Canaã é um mito que espelha um acontecimento tardio, isto é, o retorno dos judeus “exilados” na babilônia após a derrota para o Império Caldeu. Acompanhado de sua mulher Sarah e seu sobrinho Lot, Abraão é tido como responsável pela primeira ocupação hebraica de Canaã. Seus antepassados apenas abandonariam essa terra, seguindo para o Egito, após uma seca intensa. Essa história parece ter sido uma forma de sustentar uma anterioridade histórica para a ocupação hebraica do território no período do retorno. Os patriarcas hebreus são lembrados como responsáveis pelos primeiros pactos com Deus. Mesmo que as tradições hebraicas possam nos fornecer evidências gerais sobre formas de vida, é praticamente impossível provar a historicidade dos patriarcas. Alguns especialistas remarcaram que “os profetas (e os textos) pré-exílicos não conhecem Abraão e usam em geral o termo “pais” para se referir à geração do êxodo.” Por motivos como este, “a maioria dos estudiosos compreende-os como reflexos mais indiretos de eventos históricos, como representantes de tribos antes que de indivíduos”. Não obstante, muitos arqueólogos e historiadores concordam que o gênesis é um relato em larga medida mítico e, sobretudo, marcado pela época de sua composição.

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